quinta-feira, 5 de novembro de 2009

"Maria Borralheira"- Nosso espetáculo atual.


(Elenco reunido em solenidade na Câmara da Estância Turística de Tupã)








Maria é uma órfã de mãe, cujo pai é viajante e não tem tempo de cuidar da filha. Atendendo ao seu pedido, seu pai se casa com a Dona Letícia, uma autêntica megera, e mãe das invejosas Aurora e Eulália. Após o casamento, as três passam a maltratar Maria, fazendo da garota a empregada da casa, até que aparece Lua, a vaquinha mágica que ajuda Maria nas situações difíceis.
Apesar de ser vítima das maldades da madrasta e de suas irmãs, Maria possui personalidade, uma vitalidade capaz de revoltar-se e de indignar-se.


Variação do famoso conto de Perraut, como é contado em Sergipe, Maria Borralheira é uma Cinderela brasileira, muito mais próxima de nossa realidade. Ao mesmo tempo em que sofre a exploração e os mal tratos da madrasta, Ela tem a força e a determinação do nosso povo, que apesar das dificuldades da vida não perdem seus sonhos nem abandonam a busca por eles.


Maria Borralheira aborda questões relacionadas à temas muitas vezes delicados para as crianças, como a morte de pessoas queridas, a amizade e cumplicidade, a indignação e a revolta diante da maldade das pessoas e a conseqüente tomada de posição frente a situações como essas.



O texto traz um clássico dos contos europeus adaptado para a realidade brasileira, muito mais próxima, com uma linguagem própria, falando de situações que no original de Perraut, pareciam distantes da vida das crianças.



A capacidade que as pessoas possuem de sonhar e buscar alcançar seus sonhos, sua perspectiva de futuro, lutando com situações adversas de opressão, desonestidade, violência física e psicológica são trabalhados com o público infantil.



Os contos modernos ocultam esses assuntos das crianças, numa tentativa inútil de afastá-las de situações que, mais cedo ou mais tarde, terão que ser enfrentadas.
A proposta da Cia. Ágora é tratar desses assuntos de forma lúdica, dando liberdade para que o público crie, em seu imaginário, seus heróis e vilões, não interferindo nessa escolha.










FICHA TÉCNICA

Autor - Vladimir Capella
Direção - Fábio Dias
Sonoplastia - Eduardo Rocha Duran
Iluminação - Fábio Dias
Figurino - Todo o grupo
Maquiagem - Pauline Raymundo Pereira
Cenografia - Todo o grupo
Equipe de Apoio - Fernanda Fernandes Pereira
- Gabriela de Souza Passafaro
- Ariane Milleid Pereira Pinheiro
- Romário da Silva dos Santos
- Tamiris Souto Cabrera

ELENCO

Mãe Lua - Angélica Rodrigues Costa
Maria Borralheira - Ariane de Sousa Costa
Dona Letícia - Talita Benega Nache
Eulália - Mariana Frediani Sant´Ana
Aurora - Ana Lúcia Higino da Silva
Dom José - Valdeir Emilson dos Santos Soares
Criada Rosalinda - Aléxia Lorrana Silva Ferreira
Criada - Mariana Pinatto Castiliani
Criado de Dom José/
Camponês - Jessé Soares da Silva
Vaquinha Lua - Maria Gabriela Lima Gomes
Príncipe Bernardo - Júlio César Moreira Vesú
Mendigo/
Criado do Príncipe - Fábio Fontolan Sampaio
Figurante do Baile 1 - Jefferson William Alves
Figurante do Baile 2 - Danilo Pereira Miranda
CURRICULUM DO DIRETOR


NOME: FÁBIO ANDRADE DIAS
DATA DE NASCIMENTO: 03/04/1970

Experiências Teatrais:

1986 a 1988 - Montagem da “Paixão de Cristo”, teatro de rua, como ator e contra-regra.
1989 a 1994 – Montagem da “Paixão de Cristo”, teatro de rua, como diretor, cenógrafo e sonoplasta.
1990 - Montagem de “O diabo é meu amigo”, como sonoplasta.
2000 – Fundador do Grupo Teatral Amigos da Arte, na Escola Estadual Luiz de Souza Leão, com alunos da mesma, e que mais tarde se tornaria a Cia. Ágora de Teatro.
2000 – Montagem de “O diabo é meu amigo”, como diretor.
2002 – Montagem de “A Pacificadora”, como ator.
2002 – Montagem de “Uma Consulta”, como diretor.
2003 – Montagem de “O Filho do Carpinteiro”, como diretor.
2003 – Montagem de “Os Bolinhos da Mamãe”, como diretor.
2003 – Montagem de “Os Saltimbancos”, como diretor.
2004 – Montagem de “Os Bolinhos de Dona Severina”, como autor e diretor.
2005 – Montagem de “Pluft, O Fantasminha”, como diretor e iluminador.
2009 – Montagem do Espetáculo “Maria Borralheira” como diretor e Iluminador.

HISTÓRICO DA CIA. ÁGORA

Em fevereiro de 2000, um grupo de alunos da E.E. Luiz de Souza Leão, sob a coordenação de Fábio Andrade Dias, se reúne para realizar um projeto teatral dentro da escola. Surgia, então, o Grupo Teatral “Amigos da Arte”.
Contava na época com 20 integrantes, em sua grande maioria alunos matriculados na escola. Terminado o ano letivo, muitos alunos abandonaram o grupo, mas outras pessoas ingressaram, fazendo com que este deixasse de ter vinculação com a EE Luiz de Souza Leão.
Durante o ano de 2001 o grupo participou de várias oficinas, realizando encontros semanais, com jogos e técnicas teatrais. No início de 2002 seus integrantes decidem mudar o nome, adotando, então, “Cia Ágora de Teatro” , em referência à antiga praça grega onde a população se reunia para resolver os problemas da comunidade, uma vez que, desde sua fundação, o trabalho desenvolvido com os jovens do grupo sempre foi de discussão e descoberta mútua.
No ano de 2002, a Cia. realiza a montagem da comédia “Uma Consulta” , de Arthur Azevedo, participando do 1º Festival de Teatro Amador de Tupã.
No ano seguinte, 2003, visando a participação no 2º Festival de Teatro de Tupã, o grupo montou o espetáculo “O Filho do Carpinteiro”, escrito pelo diretor Fábio Andrade Dias, e que traz uma visão humana da figura de Jesus Cristo.
Também em 2003 o grupo produziu “Os Bolinhos da Mamãe”. A proposta desde trabalho era que a partir de um exercício teatral se criasse uma história completa. O trabalho foi desenvolvido criando-se uma hilariante comédia, com participação na Mostra de Curtas de Araçatuba.
Outro trabalho da Cia. Ágora em 2003 foi a montagem de “Os Saltimbancos”, musical infantil de Chico Buarque de Holanda, juntamente com os alunos da escola CEFAM Prof. Odinir Magnani, de Tupã. O objetivo desta montagem foi a participação no Festival de Música, Dança e Teatro da Secretaria de Estado da Educação.
No ano de 2004 a Cia. produziu o espetáculo “Os Bolinhos de Dona Severina”, uma comédia do diretor Fábio Dias e de Alex Marqueti, ex-integrante do grupo que, a partir de “Os Bolinhos da Mamãe”, criaram uma história completa para D. Severina e suas três filhas.
Em 2005 a Companhia Ágora levou para os palcos o espetáculo “Pluft, o Fantasminha”, de Maria Clara Machado. Com o intuito de aumentar cada vez mais seus conhecimentos, o grupo se dedicou à montagem de um espetáculo infantil, descobrindo, desta forma, uma nova linguagem para seu trabalho.
Nos anos de 2006 e 2007, por problemas internos, a Cia. se afastou do cenário teatral, voltando, em 2008, a trabalhar com alunos da Escola Estadual Profª Irene Resina Migliorucci, com jogos teatrais e encontros semanais.
Agora em 2009, a Companhia volta a trabalhar não só com alunos de escolas públicas, e produz o espetáculo “Maria Borralheira” , de Vladimir Capella, seu segundo trabalho infantil.

TRABALHOS E PREMIAÇÕES

“O DIABO É MEU AMIGO” , de Milton Pedrosa
Participação: Mapa Cultural Paulista/2000.
“UMA CONSULTA” , de Arthur Azevedo
Participação: 1º Festival de Teatro Amador de Tupã (19/07/2002)
Prêmios: Melhor Maquiagem e Incentivo Cultural.
“O FILHO DO CARPINTEIRO” , de Fábio Andrade Dias
Participação: 2º Festival de Teatro Amador da Estância Turística de Tupã (24/07/2003)
Prêmios: 3º Melhor Espetáculo Regional e Incentivo Cultural.
“OS BOLINHOS DA MAMÃE” , de Olga Reverbel e adaptado por todo o grupo.
Participação: Mostra de Curtas de Araçatuba em 2003.
“OS SALTIMBANCOS” , de Chico Buarque de Holanda
Participação: Festival de Música, Dança e Teatro da Secretaria de Estado da Educação - (Outubro/2003)
Prêmios: 1º Melhor Espetáculo da Fase Municipal, em Tupã, 1º Melhor Espetáculo da Fase Regional, em Tupã, Melhor Sonoplastia da Fase Pólo, em Ourinhos e 2º Melhor Espetáculo da Fase Pólo, em Ourinhos.
“OS BOLINHOS DE DONA SEVERINA” , de Fábio Andrade Dias e Alex Marqueti
Participação: 3º Festival de Teatro Amador da Estância Turística de Tupã (31/07/2004)
Prêmios: Melhor Atriz – Débora Artero Garcia, Melhor Maquiagem e 3º Melhor Espetáculo Regional.
“PLUFT, O FANTASMINHA” , de Maria Clara Machado, adaptação de Fábio Dias
Participação: Fases Municipal e Regional do Mapa Cultural Paulista, edição 2005
Participação: 4º Festival de Teatro Amador da Estância Turística de Tupã (24/07/2004)
Prêmios: Melhor Cenário, Melhor Maquiagem, Melhor Iluminação, Melhor Atriz Revelação – Débora Artero Garcia, Melhor Ator Coadjuvante – Paulo Ricardo da S. Oliveira, Melhor Atriz – Caroline Pastri Pinto e 2º Melhor Espetáculo Infantil.
Participação: Festival de Teatro de Bernardino de Campos
Prêmios: Melhor Maquiagem, Melhor Ator Coadjuvante – Débora Artero Garcia, Melhor Ator – Eduardo Rocha Duran e 2º Melhor Espetáculo Infantil.
“MARIA BORRALHEIRA” , de Vladimir Capella, adaptação de Fábio Dias
Participação: Projeto Teatro Itinerante de Férias, da Prefeitura Municipal da Estância Turística de Tupã.
Participação: Regional do Mapa Cultural Paulista, edição 2009/2010.

Os Estatutos do Homem - Thiago de Mello

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.